A ação intersetorial é estratégia presente nas diretrizes do Programa Mais Educação, que estrutura experiências em nível nacional de educação em tempo integral, em expansão nas escolas brasileiras. Apesar da sua centralidade, a intersetorialidade nas políticas educacionais é assunto pouco abordado nos estudos acadêmicos. O objetivo deste estudo foi discutir a intersetorialidade no contexto da Educação Integral, levantar questões para o debate e fomentar a importância da participação de todos os setores da sociedade nessa discussão. A documentação que dá sustentação à política de educação em tempo integral foi revisada e a experiência do município de Belo Horizonte/MG foi problematizada. Os programas de educação em tempo integral apresentam a ação intersetorial como uma de suas prerrogativas, nos âmbitos nacional, regional e local. Porém, há entraves na concretização dessa estratégia nos três âmbitos e questiona-se o alcance de suas finalidades. A documentação analisada no presente estudo dá a entender que a intersetorialidade constitui-se em uma política pública que enfrenta inúmeros desafios. São necessários mais estudos, dado o desconhecimento do impacto dessas estratégias nos programas de educação integral e na vida dos alunos. Também são necessários ajustes para corrigir problemas recorrentes revelados em diferentes estudos. A experiência de Belo Horizonte apresenta em suas diretrizes elementos favoráveis à intersetorialidade, entre eles destaca-se a integração entre as secretarias, a ampliação dos espaços educativos, a valorização dos saberes comunitários e a parceria com as universidades.

Palavras-chave: Intersetorialidade; educação básica; educação integral; Programa Escola Integrada

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