O artigo descreve uma pesquisa que investigou o que é conteúdo no currículo cultural da Educação Física e como ele é abordado. Apoiado nos argumentos do pós-estruturalismo, mais especificamente o papel exercido pela linguagem na produção da realidade, e da noção de diferença cultural extraída do pós-colonialismo, submeteu à análise 17 relatos de experiência produzidos por professores e professoras atuantes na Educação Básica e que afirmam inspirar-se na proposta. Os resultados evidenciam um rompimento com a visão tradicional do conhecimento e das atividades de ensino. Constatou-se que os conteúdos compreendem os discursos verbais e não verbais alusivos às práticas corporais, independentemente da fonte, acessados mediante encaminhamentos pedagógicos diversificados. Devido ao comprometimento ético-político da proposta, as situações didáticas
problematizam as narrativas hegemônicas e desconstroem as representações pejorativas sobre as manifestações culturais corporais dos grupos minoritários. Consequentemente, valoriza-se o direito às
diferenças com o recurso da etnografia, historiografia e arquegenealogia das brincadeiras, danças, lutas ou esportes tematizados nas aulas.

Palavras‐chave: Educação Física; Currículo; Cultura; Conteúdo; Diferenças

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