Desde sempre Educação Física esteve afastada da Educação de Jovens e Adultos. Contribui com esse fato tanto a legislação que a rege, como as práticas pedagógicas que não consideram os sujeitos presentes nas aulas. Ancorada em pressupostos que concebem as aulas como momentos de realização de exercícios físicos extenuantes, e por isso não seriam adequadas aos estudantes trabalhadores, a legislação permite dispensá-los tornando desnecessária sua frequência e a própria oferta do componente. Dessa forma, a Educação Física tornou-se uma disciplina descartável na EJA. Apesar desse quadro desanimador, nos últimos anos o tema tem despertado o interesse dos pesquisadores. Embora ainda seja pequena, a produção científica sobre o assunto vem relatando um novo quadro para o componente curricular. Apesar disso, algumas instituições continuam tratando a Educação Física como uma “atividade”, deixando de lado o caráter pedagógico e realizando práticas que caberiam em outros espaços como clubes ou academias. Na direção contrária, a presente pesquisa intenciona analisar experiências realizadas no âmbito do currículo cultural de Educação Física, visto como nova possibilidade para a EJA, mediante o diálogo com os sujeitos e com o contexto social vigente. Para isso, recorreremos à etnografia pós-crítica como método de pesquisa, na tentativa de reconhecer quais são os possíveis efeitos dessas experiências.

Palavras-chave: Educação Física; EJA; Currículo Cultural

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