Com a consolidação da perspectiva cultural da Educação Física embasada por Neira e Nunes (2009), sua extensão adentrou diferentes territórios e tornou-se uma concepção apoiada em diferentes quadros teóricos. Como propõe o deslocamento de Gallo (2015), a partir da filosofia francesa de Gilles Deleuze e Félix Guattari, podemos afirmar que o currículo cultural da Educação Física possui uma característica menor em sua atuação, justamente pela possibilidade de diferenciar-se de si mesmo e promover uma escrita-currículo (BONETTO, NEIRA, 2019) muito particular em cada espaço que é desenvolvido. No entanto, isso não impede que o currículo cultural também seja articulado ao que chamamos de educação maior, ou seja, associado ao que possui força de fundamento, como é o caso desta perspectiva veiculada pelo material didático da rede SESI-SP. Isso implica uma polifonia teórica e prática, visto que nessa proposta encontram-se, ao menos, três instâncias relevantes para o estudo: a perspectiva de Educação Física da BNCC, do currículo cultural e da própria rede SESI-SP. É nesse mote que reside a problemática do trabalho e o que objetivamos investigar: quais os efeitos de um devir maior do Currículo Cultural da Educação Física na perspectiva dos professores que trabalham com a proposta do SESI-SP? Para tanto, propomos uma cartografia (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2020) com o intento de acompanhar/produzir as linhas de força que se entrecruzam na prática escolar, apoiados em materiais empíricos que compõem a construção desse compêndio, como a consulta aos materiais didáticos e a documentos governamentais, visitas de campo e entrevistas com os(as) docentes.
Palavras-chave: Currículo Cultural; Educação maior e menor; currículo.