Na esteira do exemplo de Deleuze-professor, o presente artigo problematiza os elementos a partir dos quais 10 docentes constroem o currículo cultural da Educação Física, ou seja, os aspectos didático-metodológicos que mobilizam e as forças que os atravessam quando pensam as atividades de ensino. Como forma de produção de dados, empregamos o Diário de Bordo Digital e o Grupo de Discussão. Nas análises realizadas mediante o confronto com o referencial deleuze-guattariano, observamos que a “escrita-currículo” é produzida no entrecruzar de infinitas linhas, algumas molares (as leis educacionais, as regras e normas do regimento escolar, o Projeto Político Pedagógico), outras moleculares (a cultura dos alunos, seus desejos, atitudes, falas, as disposições espaciais, temporais e os princípios pedagógicos) e, por fim, as linhas de fuga, que, sendo efêmeras, passam pela “escrita-currículo” como acontecimentos e agenciamentos inesperados, disruptivos e criadores. Atentos e desejando tais agenciamentos, os professores e professoras, sensíveis às linhas de força flexíveis, fazem da “escrita-currículo” um acontecimento sempre traduzido, singular, diferente, especial, raro e único.

Palavras-chave: Educação Física. Currículo. Deleuze

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