Os estudos sobre as reformas políticas na educação têm ocupado tempo significativo dos acadêmicos, gestores, professores e comunidade escolar. Conceitos como competências, interdisciplinaridade, contextualização do ensino, concepções de educação e formação, entre outros, compõem uma grande rede de reflexão quando propostos pelo poder executivo. Nas fronteiras conflitantes dos temas, o currículo ganha destaque, por ser legitimado como espaço de ensino e aprendizagem que se materializa nas unidades escolares. No entanto, compreender indagações sobre esse tema, requer problematizar as significações que envolvem o assunto, logo, o conceito de currículo pode ser polissêmico e formular teorias distintas na percepção dos atores da educação. Por esse motivo,a presente pesquisa tem como objeto de estudo a proposta curricular de Educação Física, elaborada pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) no contexto do programa “São Paulo faz escola”. O objetivo do estudo é compreender quais os fundamentos e as diretrizes dessa proposta que posteriormente, foi instituída no currículo oficial. Para isso, utilizou-se do método de pesquisa documental, que tem por finalidade tratar de maneira investigativa a composição do documento. As investigações realizadas no campo da Educação Física escolar propiciaram descobertas expressivas sobre os conceitos de competência, cultura corporal e “movimentar-se”. Esses pilares são estruturantes na edificação do documento publicado pela Secretaria. Contudo, reiteramos a importância das diversas vozes no contexto do currículo, uma vez que dispomos de mecanismos para efetivar uma gestão democrática de fato, na construção do currículo, o que pode possibilitar que vozes por vezes silenciadas tornem-se protagonistas no debate sobre as reformas políticas na educação.

Palavras-chave: Políticas públicas; Educação Física; Currículo.

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