O corpo, aqui compreendido como construto cultural, tem padecido diante da intensa divulgação de mensagens e práticas que pretendem moldá-lo sob à ótica da cultura hegemônica. Dentre as inúmeras formas de comunicação e expressão, as diferenças culturais manifestam-se, também, nos “textos” produzidos e reproduzidos pelo corpo. Nem sempre, o repertório de gestos e práticas corporais cultivados pelas comunidades desfavorecidas é reconhecido e aceito pelo discurso hegemônico. Tal quadro ocasiona a fixação distorcida de signos de classe, etnia e gênero presentes nas práticas corporais da cultura dominante. Este ensaio, ao conceber o movimento humano como linguagem que veicula significados, estabelece um debate entre a pedagogia da cultura corporal, a Semiótica e o processo de constituição de identidades. Considerando o atual contexto multicultural, propõe como alternativa para a educação corporal, uma ação didática pautada na análise crítica, ressignificação e valorização das formas de expressão corporal presentes na sociedade.

Palavras-chave: Linguagem corporal, cultura corporal, diversidade

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