Com um gesto teórico-metodológico de viés pós-estrutural, esboçado por uma mobilização cartográfica do conceito foucaultiano de dispositivo, o presente artigo problematiza o currículo de um curso de formação em Educação Física constituído a partir de um modelo generalista. Impelidos pelo interesse em perscrutar o funcionamento e os efeitos de um ethos profissional que enuncia a unicidade integradora de uma trajetória formativa e a vincula à aquisição de um vasto repertório de habilidades profissionais, requeridas pela atuação tanto em contextos escolares quanto não escolares, deslocamo-nos sobre um plano discursivo composto pelo projeto curricular do curso e por narrativas de professores, egressos e alunos concluintes. Defrontamo-nos, então, com um mecanismo disjuntivo, que perturba, implode e fratura, por intermédio de suas próprias investidas, a matriz profissional que esteia o dispositivo curricular, deslindando-nos a condição contingente e indômita de um currículo.

Palavras-chave:Currículo; Formação em Educação Física; Formação docente.

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