Percepções apressadas afirmam que os problemas do colonialismo foram dissolvidos, finalizados, e que agora vivemos numa época livre de qualquer conflito ou tensão. O pensamento pós-colonial acena o contrário. Persiste um nítido reconhecimento que forças de dominação apenas se ressignificaram, marcando a passagem de uma configuração ou conjuntura histórica de poder para outra, assim, problemas de dependência, subdesenvolvimento e marginalização, situações bem características do período colonial, persistem de maneira vigorosa na pós-colonialidade. Num esforço para descolonizar o currículo da Educação Física, um grupo de docentes deixou-se inspirar pelos argumentos pós-colonialistas e desenvolveu experiências pedagógicas em escolas públicas de Ensino Fundamental. Os documentos que os professores produziram como forma de registro da prática pedagógica foram submetidos ao confronto com o referencial pós-colonial de Homi Bhabha e da perspectiva cultural da Educação Física. Os resultados evidenciam uma prática político-pedagógica a favor de quem sofreu, e ainda sofre, com a mão pesada do poder imperial colonial.

Palavras-chave: Educação Física; Pós-colonialismo; Currículo cultural.

Texto completo