A teoria das revoluções científicas causou grande impacto sobre o positivismo lógico na concepção de ciência e produção do conhecimento, introduzindo o relativismo metodológico histórico, apresentando os conceitos de ciência normal e paradigmas. Na ciência normal, os trabalhos são realizados sob os ditames de técnicas, metodologias e conceitos coerentemente alinhados com uma experiência bem sucedida. Um paradigma científico é um modelo de pesquisa que demonstrou ser eficiente no avanço do conhecimento. Apesar da idade avançada do texto, a definição provocou inicialmente uma questão ingênua: Educação Física Escolar (EFE) é uma ciência? Existem paradigmas na EFE? Se existem, qual é a melhor alternativa para a composição social da escola contemporânea? Assim procuramos relacionar a teoria da revolução científica com o mapa teórico da EFE, buscando inter-relações que possibilitem a defesa de uma prática pedagógica alinhada com o combate à desigualdade social. Para tanto foi realizada uma revisão bibliográfica das obras de Thomas Kuhn, e diversas obras das correntes pedagógicas da EFE. Apesar da EFE não ser uma ciência e sim uma prática pedagógica baseada em diversas ciências, sofre os mesmos efeitos das revoluções paradigmáticas que afetam as ciências que lhe dão base. Condições exteriores aos conceitos científicos, em conjunto com uma estrutura teórica, alçam diversas concepções de EF a condições de paradigmas da área, diferenciando substancialmente seus conceitos, métodos e objetivos. Ao apresentar paradigmas, a área da EFE está sujeita a muitas das transformações descritas na teoria paradigmática. Ao considerarmos a hegemonia nas décadas anteriores do paradigma da atividade física, a compreensão da ascensão de um novo paradigma – cultura corporal – se demonstrou como melhor opção para uma atuação transformadora da configuração social desigual que se apresenta.