O currículo cultural se apresenta enquanto proposta que busca superar as práticas hegemônicas e eurocêntricas, reconhecer e valorizar as diferenças e problematizar as desigualdades e injustiças com vistas a contribuir com a formação de sujeitos solidários. Para tanto, os professores que afirmam colocá-lo em ação são agenciados por determinados princípios ético-políticos, o que os leva a tematizar determinadas práticas corporais mediante encaminhamentos pedagógicos singulares. A fim de identificar as percepções acerca dessa proposta, o presente artigo submete ao confronto com a teoria curricular cultural, os dados gerados a partir de entrevistas narrativas feitas com  professores que atuam numa instituição pública cujo projeto político pedagógico se alinha a essa vertente de ensino. A investigação reconhece que, de acordo com as falas docentes, houve mudança da percepção estudantil sobre as práticas corporais. Os estudantes puderam encontrar nesse espaço educacional o reconhecimento de suas identidades, tendo maior possibilidade de vivenciar experiências inéditas e diversificadas que promoveram maior representatividade, o que gerou provável identificação com as práticas corporais tematizadas.

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