O movimento de reorientação que a Educação Física experimenta desde a última década do século passado pouco tem influenciado os currículos do Ensino Médio. Pesquisas recentes apontam a permanência de um ensino obsoleto e desconectado da atual função social da escola, que desconsidera a inserção do componente na área das Linguagens. Enquanto isso, em busca de um maior alinhamento com as demandas contemporâneas, estudos realizados durante as aulas do Ensino Fundamental levaram à elaboração da teoria curricular cultural do componente. Centralizado na cultura corporal acessada pela comunidade escolar, o chamado “currículo cultural” problematiza os modos de regulação que perpassam as práticas corporais, instigando outras formas de dizê-las, pensá-las e fazê-las. Apesar dessa concepção influenciar a política curricular da rede estadual paulista e também da rede municipal paulistana, pouco se sabe acerca do seu potencial no Ensino Médio. As características dessa etapa, sobretudo no contexto da atual reforma, exigem bem mais que a simples transposição de um currículo concebido num segmento da Educação Básica para o outro. Assim sendo, a presente pesquisa-ação tem por objetivo identificar especificidades da teoria curricular cultural quando traduzida no contexto da prática no Ensino Médio, dada sua atual organização em áreas e itinerários formativos. Para tanto, pretende imergir em 3 escolas públicas e, de forma colaborativa com seus profissionais e estudantes, produzir e analisar experiências curriculares que viabilizem a recriação da proposta, considerando a organização curricular por área e os itinerários formativos. Os registros acumulados desse processo, as transcrições das entrevistas narrativas e os documentos recolhidos serão confrontados com o referencial pós-estruturalista. Com o presente estudo, espera-se avançar na produção de conhecimentos sobre o trabalho pedagógico no Novo Ensino Médio, bem como, produzir inovações para o campo curricular da Educação Física.